“Logo se reconhecerá que o Espiritismo ressalta a cada passo do próprio texto das Escrituras Sagradas. Os Espíritos não vêm, pois, destruir a religião, como alguns o pretendem, mas, ao contrário, vêm confirmá-la, sancioná-la por provas irrecusáveis.” (O Livro dos Espíritos, questão 1010)

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

O MITO DA CRIAÇÃO INTRODUÇÃO



   
    Estamos iniciando um estudo da Gênese Mosaica, tendo por base  os capítulos V e  XII do livro “A Gênese” de Allan Kardec, relacionados com os antigos sistemas sobre a configuração do mundo, a criação do mundo segundo o Gênesis Bíblico, a criação do homem e o paraíso perdido. Estudaremos a narrativa do mito da criação literalmente, como se encontra no texto do antigo testamento, acrescido dos muitos esclarecimentos do codificador com a sua exposição clara e concisa.
         Para que possamos compreender melhor a narrativa da criação contida no Gênesis, faz-se necessário nos situarmos no contexto em que esse livro foi redigido, para isso o conhecimento das influencias que a civilização hebraica recebeu dos antigos habitantes do Oriente Médio é importante.
         A cosmogonia desses povos foi absorvida pelos Judeus, passando a definir a sua visão de mundo, sobrevivendo através de lendas e tradições juntamente com observações aparentes da realidade, que com o tempo sofreram as devidas transformações, tomando características regionais e nacionais, resistindo até os nossos dias.
         Muitos de seus ensinos não resistem às descobertas cientificas da atualidade, demonstrando que a narrativa serviu para um propósito, num período determinado até que as descobertas da ciência viessem trazer a verdade à tona. E como o afirmou Allan Kardec: “a ciência é chamada a constituir a verdadeira Gênese, segundo a lei da natureza”
         Moisés ou mais precisamente, os escribas responsáveis por recolher as informações acerca da tradição oral e transcrevê-las para os pergaminhos que compunham a Torá, ao elaborarem os fundamentos do Judaísmo, necessitavam responder às diversas interrogações sobre as origens do mundo e dos seres. Para isso, só podiam servir-se dessas antigas concepções semitas herdadas dos patriarcas e dos povos ao seu redor adaptando-as, seguindo a inspiração dos espíritos do Senhor, afim de atender as necessidades da época.
         “Não rejeitemos, pois, a Gênese Bíblica; ao contrário estudemo-la, como se estuda a historia da infância dos povos. Trata-se de uma época rica de alegorias, cujo sentido oculto se deve pesquisar; que se devem comentar e explicar com o auxilio das luzes da razão e da ciência. Fazendo, porém, ressaltar as suas belezas poéticas e os seus ensinamentos velados pela forma imaginosa, cumpre se lhe apontem expressamente os erros, no próprio interesse da religião. Esta será muito mais respeitada, quando esses erros deixarem de ser impostos à fé, como verdade, e Deus parecerá maior e mais poderoso, quando não lhe envolverem o nome em fatos de pura imaginação.” (Allan Kardec em “A Gênese” cap. XII. Item 12)
         Todavia, a grande virtude da Gênese mosaica é a de exprimir de forma simples, imaginosa e poética, a ação da vontade divina esse “FIAT LUX” onde Deus quis e aconteceu. (O Livro dos Espíritos, questão 38)




Jefferson Moura de Lemos

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